sábado, 28 de junho de 2008

"Ver é compreender"

“Cada um de nós vê as coisas de modo diferente. E essa diferença vai determinar, na prática, uma variedade significativa de modos de fazer. Uma variedade nas soluções que cada um de nós encontra para transmitir aos outros a experiência do mundo que nos rodeia.A destreza do fazer está relacionada com a qualidade do ver e os objectivos poéticos ou funcionais que se pretendem atingir.”

Rocha de Sousa
DESENHO Área: Artes Plásticas
IV Volume
Edição - Ministério da Educação, Secretário do Estado do Ensino Superior.
1980 +/-
(Também conhecido como TPU 19)





Estabeleci em mim uma procura, pela expressão por palavras duma linguagem plástica. O desenho.Como se fala do desenho? Qual o seu vocabulário? Quais os seus adjectivos para caracterizar modos de representação plástica?Aconselharam-me um livro que já não se vende, e muito difícil de o encontrar em alfarrabistas ou em feiras. Alcancei-o de uma mão, com poder de propagação, e inteligência. Mão essa professora, conhecedora das "necessidades" dos “artistas em geral”.
O livro transparece a necessidade que o autor teve em “clarificar”, através da organização dos elementos estruturais da linguagem plástica,(ex:textura,cor,valor lumínico forma,linha,ponto,movimento,ritmo etc) todos distintos mas relacionáveis,dá-nos uma definição detalhada de cada um desses elementos.Termina-se a leitura com a aprendizagem: Conseguir falar do desenho. Entender o desenho. Ver, melhor o desenho,através das palavras.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Carta de Matilde para José


Caro José, antes de mais pergunto-me se estará tudo bem contigo,como passarão teus dias sem mim?
Lamento ter de distribuir os meus sentimentos mais profundos por uma folha de papel, e ter de a enviar dentro de um envelope.Talvez assim me consigas entender, e até sentir como tenho ficado sem ti.
Amar não é bom se houver no fundo de um de nós alguma solidão.
As palavras são a melhor forma que temos de nos exprimir,partilhar,transmitir. Tu próprio o afirmas. Trasmiti-te pessoalmente exactamente o que pretendia, mas por três vezes senti-me e sinto-me pouco ou nada compreendida.
Tenho emoções em mim que me carregam o andar. Que me entristessem repentinamente, pela falta da presença de alguém. Não é "a vida" que quer que as coisas sejam assim, somos nós que as fazemos desenrrolarem-se assim. Dizem-me que o amor só é grande e forte se for triste. Lamento mas não partilho da mesma opinião. Amar é ser feliz contigo, juntamente com a paixão, a companhia,a surpresa, a conversa, a presença, e tudo isto constitui o amor...
Mas ser amado já será secundário... não é?
Oxalá me entendas com cartas.

Beijo

Matilde Santos

terça-feira, 3 de junho de 2008

Tenho um teatro na cabeça

A minha cabeça é o urdimento, nele tenho a teia com tudo o que é necessário para fazer aparecer e desaparecer telões, cenários, pernas, bambolinas projectores entre muitos outros órgãos fundamentais á minha existência. Lá dentro tenho um sem número de cordas, roletes, roletes de descarga, organizadamente dispostos.Na testa tenho a bambolina régia, no canto dos meus olhos, tenho as pernas régias. Para trás tenho muitas outras pernas que “engolem” e “cospem” os chamados artistas. Na orelha esquerda tenho sistemas de contrapeso que içam pesos brutos, com o mínimo de esforço.Na boca tenho quarteladas versáteis com caimento, no queixo tenho o proscénio.Com tudo isto sou capaz de armar a cena *.


* Armar a cena – Fazer a montagem de um dispositivo cenográfico.